MARIE CURIE (1867-1934)
Maria Sklodowska nasceu na actual capital da Polónia, em Varsóvia, a 7 de Novembro de 1867, altura em que a mesma fazia parte do Império Russo. Com o auxílio financeiro de sua irmã mudou-se já na juventude para Paris.
Licenciou-se em primeiro lugar em Ciências Matemáticas e Física, na Sorbonne. Foi a primeira mulher a leccionar neste prestigiado estabelecimento de ensino.
Foi a primeira mulher a ganhar um prémio Nobel, conseguindo destacar-se como pesquisadora numa época em que as universidades eram um domínio masculino.
Casou-se em 1895 com Pierre Curie, professor de Física, tendo então adoptado o nome de Marie Curie.
Marie Curie e a radioactividade
Em 1896, Henri Becquerel incentivou-a a estudar as radiações, por ele descobertas, emitidas pelos sais de urânio.
Juntamente com o seu marido, Marie começou, então, a estudar os materiais que produziam esta radiação, procurando novos elementos que, segundo a hipótese que os dois defendiam, deveriam existir em determinados minérios como a pechblenda (que tinha a curiosa característica de emitir mais radiação que o urânio que dela era extraído). Efectivamente, em 1898 deduziram essa explicação: haveria, com certeza, na pechblenda, algum componente que libertava mais energia que o urânio.
O casal Curie manteve a hipótese de que havia um novo elemento na substância que havia sido separada, e deram-lhe o nome de “polónio”, em homenagem à terra natal de Maria.
Continuando a investigar a pechblenda, com a ajuda de Georges Bémont, o casal Curie descobriu que era possível encontrar mais uma substância fortemente radioactiva. Novamente, essa substância parecia difícil de ser isolada. Após uma série de reacções químicas, como no caso do polónio, foi possível obter um material fortemente radioactivo, mas suas propriedades químicas eram dessa vez iguais às do bário. Como no caso anterior, foi possível aumentar a concentração do material radioactivo, através de processos de dissolução e precipitação, obtendo um material 900 vezes mais activo do que o urânio puro, sem no entanto conseguir uma separação total do bário. Eles supuseram que havia um novo elemento desconhecido misturado ao bário, e deram-lhe o nome de “rádio”. Em 26 de Dezembro desse ano, Marie Curie anunciava a descoberta dessa nova substância à Academia de Ciências de Paris.
Continuando a investigar a pechblenda, com a ajuda de Georges Bémont, o casal Curie descobriu que era possível encontrar mais uma substância fortemente radioactiva. Novamente, essa substância parecia difícil de ser isolada. Após uma série de reacções químicas, como no caso do polónio, foi possível obter um material fortemente radioactivo, mas suas propriedades químicas eram dessa vez iguais às do bário. Como no caso anterior, foi possível aumentar a concentração do material radioactivo, através de processos de dissolução e precipitação, obtendo um material 900 vezes mais activo do que o urânio puro, sem no entanto conseguir uma separação total do bário. Eles supuseram que havia um novo elemento desconhecido misturado ao bário, e deram-lhe o nome de “rádio”. Em 26 de Dezembro desse ano, Marie Curie anunciava a descoberta dessa nova substância à Academia de Ciências de Paris.
Com os resultados inesperados e extremamente importantes obtidos, estava aberto o caminho para os estudos que o casal Curie realizou nos anos seguintes. Durante quatro anos, de 1899 a 1902, o trabalho a que eles se dedicaram – realizado em sua maior parte por Maria – passou a ser o de tentar isolar o polónio e o rádio da pechblenda, procurando obter esses elementos em forma pura, para determinar as suas propriedades (especialmente o peso atómico).
Durante estes anos, a teimosia de Maria Curie não lhe permitiu desistir do trabalho, mesmo quando ele parecia não avançar, e sendo o esforço físico exigido pelo trabalho, enorme.
O trabalho do casal Curie foi sendo gradualmente reconhecido, e já em 1900 eles eram considerados como os mais importantes pesquisadores nessa área. Em 1903, enfim, Maria Curie defendeu a sua tese de doutoramento em física na Sorbonne, e foi aprovada com distinção e louvor. Em Dezembro do mesmo ano, o casal Curie recebeu o reconhecimento internacional pelo seu trabalho, ganhando o prémio Nobel de física, pela descoberta do polónio e do rádio (na verdade, meio prémio Nobel, pois a outra metade foi concedida a Becquerel Becquerel, pela descoberta da radioactividade). Em 1903 ocorreu, portanto, o coroamento das pesquisas iniciadas em 1898. Pode-se dizer que, após esse período, a contribuição científica de Maria Curie foi pequena – muito menor do que no período já descrito.
Em poucos anos, no entanto, a liderança das pesquisas sobre radioactividade passou a outras mãos. Não foram os Curie que encontraram a explicação correcta dos fenómenos radioactivos. A partir de 1902, o físico neo-zelandês Ernest Rutherford (1871-1937) e o químico inglês Frederick Soddy (1877-1956), trabalhando no Canadá, propuseram a teoria que aceitamos actualmente: a de que os átomos dos elementos radioactivos se desintegram lentamente, emitindo radiações e se transformando em outros elementos químicos. A partir dos trabalhos de Rutherford e Soddy, a pesquisa sobre radioactividade tomou nova direcção, e o trabalho pioneiro dos Curie passou a fazer parte do passado.
No período posterior, Maria Curie continuou o seu trabalho de pesquisadora, mas sem obter outros resultados espectaculares como os do início de sua carreira. Durante a primeira guerra mundial, dedicou-se a aplicações médicas dos raios X, e depois da guerra empenhou-se no trabalho de organizar o seu laboratório, obter verbas, treinar novos pesquisadores, coordenar novas investigações e proporcionar condições de trabalho aos jovens. Depois de muitos problemas de saúde, em grande parte associados à sua exposição à radiação, acabou por falecer em 1934.